Paulo: Apóstolo dos Gentios - Comentários Lição 01

Lição 01 – 24 a 30 de setembro de 2011
(Comentários do irmão César Pagani)

VERSO EM DESTAQUE: “Quando ouviram isso, eles ficaram sem ter o que dizer e louvaram a Deus, dizendo: —Então Deus deu também aos não-judeus a oportunidade de se arrependerem e ganharem a vida eterna!” At 11:18 – NTLH.

“Em sua carta aos crentes gálatas, Paulo recapitula brevemente os incidentes principais relacionados com sua própria conversão e com sua experiência cristã primitiva. Por este meio ele procurava mostrar que foi através de uma especial manifestação de poder divino que havia sido levado a ver e abraçar as grandes verdades do evangelho. Foi mediante instrução recebida do próprio Deus que Paulo foi levado a advertir e admoestar os gálatas de maneira tão solene e positiva. Ele escreveu, não em hesitação e dúvida, mas com a segurança de decidida convicção e absoluto conhecimento. Esboçava claramente a diferença entre ser ensinado pelo homem e receber a instrução diretamente de Cristo. 

“O apóstolo exortava os gálatas a deixar os falsos guias por quem haviam sido desviados, e a voltar à fé que havia sido acompanhada por inquestionáveis evidências de aprovação divina. Os homens que os haviam procurado desviar de sua fé no evangelho eram hipócritas, de coração não santificado e vida corrupta. Sua religião era feita de um acervo de cerimônias, por cujas práticas esperavam ganhar o favor de Deus. Não tinham interesse num evangelho que requeria obediência à palavra: ‘Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.’ Jo 3:3. Sentiam que uma religião baseada em tal doutrina requeria demasiado sacrifício, e assim se apegavam a seus erros, enganando-se a si e aos outros. 

“Suprir formas externas de religião em lugar de santidade de coração e de vida, é ainda tão agradável à natureza não renovada como o foi nos dias desses ensinadores judeus. Hoje, como então, existem falsos guias espirituais, para cujas doutrinas muitos atentam avidamente. É estudado esforço de Satanás desviar as mentes da esperança da salvação pela fé em Cristo e obediência à lei de Deus. Em cada século o arquiinimigo adapta suas tentações aos preconceitos ou inclinações daqueles a quem está procurando enganar. Nos tempos apostólicos levou os judeus a exaltar a lei cerimonial e rejeitar a Cristo; no presente ele induz muitos cristãos professos, sob a pretensão de honrarem a Cristo, a pôr em controvérsia a lei moral, e a ensinar que seus preceitos podem ser transgredidos impunemente. É dever de cada servo de Deus opor-se firme e decididamente a esses pervertedores da fé, e expor destemidamente seus erros pela Palavra da verdade.” AA, 386-387. 

Um renomado teólogo adventista escreveu na introdução de um de seus livros: “Nada pode tomar o lugar das Escrituras. Se todos estudassem a Bíblia com oração e a devida devoção, dando ouvidos a cada palavra e recebendo-a como vinda do próprio Deus, não haveria necessidade de nenhum outro livro religioso.” As Boas Novas aos Gálatas, p. 3.

DOMINGO - O perseguidor dos cristãos

A história de Saulo/Paulo tem início com a detenção e inquérito contra um poderoso pregador chamado cristão, um judeu chamado Estêvão, que era cheio de graça e poder e operador de grandes sinais e milagres (At 6:8).

Com a morte e o desaparecimento de Jesus (entenda-se ascensão), a liderança político-religiosa de Israel pensou que a “seita dos nazarenos” desaparecera ou estava em vias de. Foram surpreendidos com os sermões de Pedro e os milagres e prodígios operados pelos apóstolos.

Alvoroçados por virem o Nazareno posto em evidência novamente por um de seus seguidores, resolveram usar o poder civil para cercear e eliminar a expansão da história de Cristo. Como Estêvão estivesse em evidência na cidade, emitiram uma ordem de prisão para tirá-lo de circulação. Achavam que, condenando-o à morte por blasfêmia e antijudaísmo, intimidariam o povo e deteriam o progresso da “seita”. Das outras vezes fora-lhes fácil subornar as autoridades de Roma para obter permissão de fazer justiça com as próprias mãos, e achavam que no caso de Estêvão as coisas continuariam assim. 

Como a pregação de Estêvão, além do indisfarçável poder e dos sinais e prodígios que a acompanhavam, continha uma teologia irrefutável, o Sinédrio convocou vários judeus eruditos de outros países a fim de formar um colegiado e rebater pelas Escrituras Hebraicas a mensagem do humilde pregador. Entre esses eruditos estava Saulo de Tarso, um jovem promissor e que excedia em judaísmo a todos os jovens de sua idade (Gl 1:14). Sua cultura erudita, eloquência arrebatadora e “as muitas letras” concorreram para firmar a posição judaica, mas sentiu em seu íntimo que Estêvão tinha muito maior compreensão do plano de Deus para o mundo. 

A corrupção, o suborno, os conluios e artimanhas, tudo foi usado para obter falsas provas e testemunhos para condenar Estêvão. As testemunhas subornadas foram instruídas a dizer que Estêvão pregava contra os ensinos de Moisés e proferia sacrilégios contra Deus e Sua Lei. 

Depois de tomar providências para executar a sentença de morte já previamente engendrada, levaram o mártir para fora da cidade e o apedrejaram com ódio demoníaco. Saulo testemunhou o apedrejamento e o aprovou. Sentia-se satisfeito pelo fim de mais um inimigo do judaísmo. Ele “... era considerado pelos rabinos como um jovem altamente promissor, e grandes esperanças eram acariciadas com respeito a ele como capaz e zeloso defensor da antiga fé. Sua elevação a membro do Sinédrio colocou-o numa posição de poder” AA, 112. 

Saulo estava resolvido a acabar com todo e qualquer foco dessa “nova religião” e comandou pessoalmente perseguições contra os cristãos em Jerusalém. Depois de receber carta branca das autoridades, inquiria minuciosamente sobre quem era seguidor de Jesus Cristo, ia até sua casa, destruía-lhe a morada e os bens e levava seus moradores para a cadeia. 

“Na cena do julgamento e morte de Estêvão, Saulo parecera estar imbuído de um zelo frenético. Depois ficara irado com sua própria convicção íntima de que Estêvão fora honrado por Deus, ao mesmo tempo em que era desonrado pelos homens. Saulo continuou a perseguir a igreja de Deus, afligindo os seus membros, prendendo-os em suas casas e entregando-os aos sacerdotes e príncipes para prisão e morte. Seu zelo em levar avante esta perseguição aterrorizou os cristãos em Jerusalém. As autoridades romanas nenhum esforço especial fizeram para deter a cruel obra, e secretamente ajudavam os judeus, a fim de conciliá-los e assegurar seu favor.” AA, 101-102.

Saulo fora instruído aos pés de Gamaliel, PhD na Lei e em Judaísmo, mas não deu ouvidos às ponderações de seu mestre quanto a agir com cautela com relação aos seguidores de Jesus (ler At 5:33-39). 

Nota-se que Saulo era orgulhoso, impiedoso e cruel e obsessivo. 

Cautela! Não desprezemos judeus opositores – “Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos nas Escrituras, e esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabilidade da lei de Deus. O Deus de Israel fará que isto suceda em nossos dias. Seu braço não está encolhido para que não possa salvar. Ao trabalharem Seus servos em fé pelos que de muito têm sido negligenciados e desprezados, Sua salvação será revelada.” MDC, 399. 

SEGUNDA - A conversão de Saulo

A meu ver, a conversão de Saulo de Tarso é uma das mais impressionantes registradas nas Escrituras. 

Ele atingira o clímax de seu ódio religioso e mostrou-se disposto a fazer um trabalho especial para o Sinédrio, de quem recebeu autorização especial para prender todos os discípulos de Jesus e levá-los a Jerusalém para julgamento. Essa ação bem poderia ser chamada de “Santa Inquisição Judaica” e não estava restrita territorialmente. Saulo iria viajar para a Síria e fazer cuidadosa investigação nas sinagogas de Damasco, em que se sabia haver muitos seguidores do Nazareno. Quem não professasse a fé do Estado religioso era sumariamente julgado e eliminado. 

Saulo programou a viagem para realizar o grande projeto, só não estava em seu programa um encontro pessoal com o Filho de Deus. A aparição de Cristo foi gloriosa. Uma luz cegante tirou imediatamente a visão do perseguidor. 

Por que Jesus não usou outro meio para converter Saulo? Quem sabe enviar algum apóstolo para lhe dar estudos bíblicos e provar-lhe pelas Escrituras que Cristo era o Messias de Israel? 

Para casos extremos, medidas extremas. Foi necessária a intervenção direta do Senhor para romper a retranca de ferro que o fariseu tinha no coração. Só o Cristo vivo pôde provar a Saulo que tudo o que diziam os líderes judeus a Seu respeito era difamante, caluniatório, totalmente mentiroso e demoníaco. 

Jesus falou-lhe duas coisas: primeiramente identificou-Se respondendo à inquirição do pasmado fariseu: “Eu Sou Jesus, a quem você persegue.” Cristo ensinou-lhe que quem persegue o povo de Deus, está “acossando” o próprio Deus. Em segundo lugar, Jesus deu-lhe uma ordem: “Levanta-te, entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.” 

Vemos aqui que Cristo trabalha diligentemente através de Seus discípulos, de Sua igreja. Nada impedia que o Senhor desse todas as instruções necessárias a Saulo. Porém, foi da vontade de Cristo que Saulo passasse primeiro pela igreja que buscava destruir.

“No relato da conversão de Saulo, encontramos importantes princípios que devemos sempre ter em mente. Saulo foi levado diretamente à presença de Cristo... [Ele] embargou-lhe o caminho e convenceu-o do pecado; e quando Saulo perguntou: ‘Que queres que faça? ’ (At 9:6) o Salvador colocou o indagador judeu em contato com Sua igreja, para que obtivesse o conhecimento da vontade de Deus em relação a ele...” A Verdade Sobre os Anjos, 228. 

A providência divina no caso de Saulo foi um ato de graça total para com o perseguidor. Deus conhece os corações. Jesus poderia simplesmente dar cabo de Saulo e de toda a sua comitiva ali mesmo na estrada de Damasco. Mas, geralmente, os inimigos de Deus são transformados em amigos por causa do amor infinito. Só os que resistem continuam adversários. 

Saulo não somente foi perdoado, mas transformado em apóstolo por chamado direto do Céu. O zelo religioso foi canalizado para fins santos. Desde a sua conversão, Saulo foi um dos apóstolos que mais trabalhou pelo avanço da causa de Deus. 

Deus permitiu que Saulo chegasse a Damasco, mas não para perseguir e sim para conquistar almas e confundir os líderes judeus. O Senhor queria, mediante Paulo, chamar a atenção do povo judeu para a “nova religião”, o novo “judaísmo” que não mais requeria sacrifícios de sangue, oferta de manjares, abluções, purificações cerimoniais e outros ritos. Ninguém melhor do que um fariseu convertido para exemplificar a necessária transição da Antiga para a Nova Aliança. 

“A conversão de Saulo é notável evidência do miraculoso poder do Espírito Santo para convencer os homens do pecado. Ele havia crido que de fato Jesus de Nazaré havia desconsiderado a lei de Deus, ensinando aos Seus discípulos ser a mesma de nenhum valor. Mas depois de sua conversão, Saulo tinha reconhecido Jesus de Nazaré como Aquele que viera ao mundo com o propósito expresso de defender a lei de Seu Pai. Estava convencido de que Jesus fora o originador de todo o sistema judaico de sacrifícios. Viu que o tipo da crucificação tinha encontrado o antítipo; que Jesus havia cumprido as profecias do Antigo Testamento, concernentes ao Redentor de Israel.” AA, 120. 

A influência da morte de Estêvão na conversão de Paulo – “O martírio de Estêvão produziu profunda impressão em todos os que o presenciaram. Foi uma prova severa para a igreja, mas resultou na conversão de Saulo. A fé, constância e glorificação do mártir não podiam ser apagadas de sua mente. O sinal de Deus em seu rosto, suas palavras, que alcançavam a alma de todos aqueles que as ouviam, exceto daqueles que estavam endurecidos pela resistência à luz, permaneciam na memória dos observadores, e testificavam da verdade do que ele tinha proclamado.” HR, 266. Nossa conversão deve ser tão real que os que nos observam possam ver o poder da graça de Deus.

TERÇA - Saulo em Damasco

Saulo, cremos, estava em estado de choque espiritual. Como pôde ser tão néscio e resistir às profundas convicções que lhe sacudiam o espírito desde a morte de Estêvão? Como pôde trabalhar contra Deus? Talvez se lembrasse de sua fúria e crueldade para com os pobres cristãos; como os arrastava desumanamente detende-os e enviando a Jerusalém para julgamento. É possível que tenha percebido a paz no rosto de suas vítimas, e nem assim desconfiou de que elas possuíam algo de diferente. É muito provável ter encontrado muitos com a mesma atitude de Estêvão.

Ao conversar com Ananias e dar-lhe a ordem de visitar Saulo, o Senhor disse a seu servo que o ex-perseguidor estava orando. Por certo, extremamente arrependido, confessava seus pecados e pedia misericórdia a Deus. “Esses dias de exame de consciência e humilhação do coração foram passados em reclusão íntima. Os crentes, tendo sido advertidos dos propósitos de Saulo em vir a Damasco, temiam estivesse ele representando, para mais facilmente iludi-los; e eles se mantinham arredios, recusando-lhe sua simpatia. Ele não desejava apelar aos judeus inconversos, aqueles com quem planejara unir-se na perseguição aos crentes; pois sabia que nem sequer dariam ouvidos a sua história. Assim, parecia-lhe estar separado de toda a simpatia humana. Sua única esperança de ajuda estava num misericordioso Deus, e para Ele apelou em quebrantos de coração.” AA, 118-119.

“Durante as longas horas em que Saulo estivera fechado a sós com Deus, relembrou muitos textos das Escrituras referentes ao primeiro advento de Cristo. Com a memória aguçada pela convicção de que estava possuído, cuidadosamente seguiu o fio das profecias. Ao refletir no significado dessas profecias, ficou pasmado ante a cegueira de entendimento de que estivera possuído, bem como a dos judeus em geral, que os levara à rejeição de Jesus como o Messias prometido. A sua iluminada visão, tudo agora parecia claro. Sabia que seu anterior preconceito e incredulidade tinham-lhe obscurecido a percepção espiritual, impedindo-o de discernir em Jesus de Nazaré o Messias da profecia.” Idem, 119. 

Ananias custou até a acreditar em Deus. Não era possível que um homem malfeitor como Saulo estivesse convertido. Isso não era lógico! Mas a loucura de Deus é mais sábia do que os homens (I Co 1:25). O discípulo obedeceu e foi comissionado a fazer duas coisas por Saulo: 1) recuperar-lhe a visão e 2) levar-lhe a bênção da plenitude do Espírito Santo (At 9:17). 

A conversão de Saulo nos ensina que mesmo aqueles que julgamos os maiores inimigos de nossa fé, não estão fora do alcance do Espírito de Deus. Por vezes, os mais resistentes ao evangelho se tornam seus mais fervorosos e leais proclamadores após a conversão. 

Não raro, caímos na esparrela de olhar até mesmo os pregadores da TV como enganadores que estão atrás do dinheiro dos fiéis. Não afirmamos que entre eles não haja mercadores de fé. Porém, deixemos com Deus os julgamentos e os resultados, e preguemos a verdade com os lábios e a vida. 

O “fogoso” Saulo agora havia mudado de rumo. “Enquanto Paulo pregava a Cristo em Damasco, todos os que o ouviam ficavam admirados... A oposição tornou-se tão violenta que não foi permitido a Paulo continuar sua obra em Damasco. Um mensageiro do Céu ordenou-lhe retirar-se por algum tempo; e ele foi ‘para a Arábia’ (Gl 1:17), onde encontrou um refúgio seguro.” A Verdade Sobre os Anjos, 229. 

Quando o alto clamor do terceiro anjo tiver lugar, muitos que até então foram inimigos do povo de Deus sentirão a mesma convicção de Paulo. Verão que foram enganados por suas igrejas, que consideravam A Igreja Adventista do Sétimo Dia como uma estranha seita judaizante, que pregava a justificação pelas obras e falava de um Juízo Investigativo. EGW diz que haverá também uma grande migração de judeus para a verdade, reconhecendo que Jesus é o Messias prometido desde Bereshit (Gênesis).

Para o público que conhecia Saulo, o impacto de sua “mudança de religião” tornou-se um catalisador de atenção. A transformação fora tamanha que consideravam um fenômeno espiritual o que havia acontecido com o jovem e zeloso fariseu. Viram que a “seita” dos Nazarenos não era, como se dizia, um grupo de fanáticos enganados por um impostor, mas uma poderosa e nascente igreja guiada pelo próprio Senhor. 

“Um general que tomba em combate está perdido para seu exército, mas sua morte não acrescenta força ao inimigo. Mas quando um homem preeminente se une às forças opositoras, não apenas se perdem seus serviços como ganham decidida vantagem aqueles com quem se uniu. Saulo de Tarso, em caminho para Damasco, podia facilmente ter sido fulminado pelo Senhor, e muita força se teria retirado do poder perseguidor. Mas Deus em Sua providência não apenas poupou a vida de Saulo, mas converteu-o, transferindo assim um campeão do campo do inimigo para o lado de Cristo. Orador eloquente e crítico severo, Paulo, com seu decidido propósito e inquebrantável coragem, possuía as próprias qualificações necessárias à igreja primitiva.” AA, 124. 

QUARTA - O Evangelho chega aos gentios

Deus apanhou os sábios judeus em sua própria astúcia. Eles desejavam o fim do Caminho a qualquer preço. Já tinham testemunhado a conversão de Saulo e viam que estavam perdendo terreno a cada empreitada dos discípulos de Cristo.

Como sempre aconteceu, desde a entrada do pecado, os justos são perseguidos pelos ímpios. A perseguição surgida em Jerusalém forçou os cristãos a se espalharem pelos territórios vizinhos. Missionários vindos da ilha de Chipre, da Fenícia (Líbano) e de Cirene, um distrito da Líbia, anunciavam o evangelho aos gentios em Antioquia da Síria.

Deus os fez prosperar e muitos pagãos se converteram ao Senhor. Quando a igreja trabalha sob o comando do Espírito Santo, os alvos batismais são facilmente ultrapassados. 

A igreja-sede em Jerusalém, vendo o trabalho de Cristo prosperar na Antioquia, enviou o Pastor Barnabé, que foi buscar o recém-converso Saulo e viajaram para a cidade a fim de organizar e apascentar a nova igreja. Durante um ano reuniram-se com os irmãos daquela igreja e também evangelizando “numerosa multidão”.

O povo ficou impressionado com o testemunho dos novos crentes e, por serem discípulos do profeta Jesus da Galiléia, chamaram-nos “cristãos”, isto é, seguidores de Cristo. 

As vitórias do evangelho mostram a precisão da visão de Daniel 2. A Pedra que se chocou com os pés da estátua (na época dos dez reinos) estava-se expandindo para encher a Terra. 

“Os trabalhos de Paulo em Antioquia, em colaboração com Barnabé, fortaleceram-lhe a convicção de que o Senhor o havia chamado para uma obra especial pelos gentios. Por ocasião da conversão de Paulo, o Senhor declarara que ele devia ser ministro dos gentios ‘para lhes abrires os olhos’, disse, ‘e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em Mim’. At 26:18. O anjo que apareceu a Ananias dissera de Paulo: ‘Este é para Mim um vaso escolhido para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.’ At 9:15. E o próprio Paulo, posteriormente em sua experiência cristã, quando orava no templo de Jerusalém, foi visitado por um anjo do Céu que lhe ordenou: ‘Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.’ At 22:21.” AA, 159. 

Não era humanamente fácil o trabalho. Os gentios estavam, desde as gerações passadas, apegados às formas de idolatria e às estátuas que representavam seus deuses. Sua mente entendia a religião somente em termos de formas politeístas. Paulo, porém, estava cheio do Espírito Santo e, para o Senhor, não há problemas em trabalhar na mente humana e modificar tudo o que ela contém, acender a verdadeira espiritualidade e mudar usos e costumes. 

O homem certo no lugar certo – “Na populosa cidade de Antioquia, Paulo encontrou um excelente campo de trabalho. Sua cultura, sabedoria e zelo exerceram uma poderosa influência sobre os habitantes e as pessoas que freqüentavam aquela cidade de cultura; e ele se mostrou ser precisamente o auxílio de que Barnabé necessitava.” AA, 156. 

Antioquia tornou-se a base para a expansão do evangelho para a Europa e a Ásia. Estrategicamente Deus escolheu essa cidade e nomeou os homens certos para impulsionar Sua obra. O círculo evangelizador deve expandir-se a partir de um sólido fundamento. As igrejas ASD estão localizadas em muitos lugares para fazer trabalho desde sua sede até onde for possível. Esse é o plano divino. Elas se dividem e formam pequenos grupos que, por sua vez, atuam na ampliação missionária. Se todos os membros das igrejas trabalharem no poder do Espírito, milhares de almas serão alcançadas antes mesmo do indescritível derramamento da chuva serôdia. 

“Sobre todos os que crêem, Deus colocou a responsabilidade de fundar igrejas, para o expresso propósito de preparar homens e mulheres para que usem para benefício do mundo as qualidades que lhes foram confiadas, empregando para Sua glória os meios que Ele concedeu. Ele fez dos seres humanos Seus mordomos. Alegre e generosamente devem usar os meios em seu poder para o progresso da justiça e da verdade. Devem empregar os talentos que lhes foram confiados, na edificação de Sua obra e na ampliação do Seu reino.” MS, 315. 

Aonde o missionário não pode chegar – “As pessoas encontram-se em extrema necessidade da luz que brilha das páginas de nossos livros e revistas sobre saúde. Deus deseja usar esses livros e revistas como meios através dos quais raios de luz atraiam a atenção das pessoas e lhes faça atender à advertência da mensagem do terceiro anjo. As revistas de saúde são instrumentalidades a realizarem no campo uma obra especial na disseminação da luz que os habitantes do mundo devem possuir neste dia de preparo de Deus. Exercem elas uma indizível influência no interesse da reforma de saúde, da temperança e pureza social, e realizam um grande benefício ao apresentarem às pessoas estes assuntos de maneira apropriada e no seu verdadeiro sentido.” CSS, 479. Nossa literatura tem papel vital na propagação das verdades em que acreditamos. Sua distribuição a mancheias ou profusamente fará uma obra no íntimo das pessoas, que propiciará uma grande colheita no tempo presente e final. 

QUINTA - Conflito na Igreja

Os judeus sempre se consideraram superiores a todas as outras nações. Em certo sentido eram, de fato. Os oráculos de Deus lhes foram confiados; a luz da verdade mediante o sistema ritual altamente educativo devia ser transmitida a todas as nações, para que se cumprisse a aliança de Deus feita com Abraão em bendizer todas as nações da Terra.

O contato com um gentio era contaminante, a menos que fosse comercial. Essa era a exceção da regra segundo eles. Podemos ver o exemplo de preconceito étnico no próprio apóstolo Pedro, que teve de receber três vezes a mesma visão para compreender a posição dos gentios diante de Deus. 

No capítulo 11 de Atos observamos que havia uma facção na igreja, chamada de circuncisão, que não se conformou com a evangelização de Cornélio e os de sua casa pelo apóstolo Pedro. Ele teve de fazer um discurso apologético ou de defesa de sua atitude perante os opositores. 

“Enquanto os apóstolos se uniam aos ministros e membros leigos em Antioquia, num fervoroso esforço para ganhar almas para Cristo, alguns crentes judeus vindos da Judéia, ‘da seita dos fariseus’ (At 15:5), conseguiram introduzir uma questão que em breve levou a vasta desinteligência na igreja, produzindo consternação nos crentes gentílicos. Com grande segurança esses mestres judaizantes afirmavam que, para salvar-se, era preciso ser circuncidado e observar toda a lei cerimonial...

“Os conversos judeus não eram geralmente inclinados a mudar tão rapidamente quanto a providência de Deus abria o caminho. Do resultado do trabalho dos apóstolos entre os gentios, ficou evidente que os conversos dentre este último povo excederiam muito aos conversos judeus em número. Os judeus temiam que se as restrições e cerimônias de sua lei não fossem tornadas obrigatórias aos gentios como condição para se tornarem membros da igreja, as peculiaridades nacionais dos judeus, que até então os tinham mantido como um povo distinto de todos os outros povos, desapareceriam finalmente dentre os que recebiam a mensagem do evangelho. 

“Os judeus se haviam sempre orgulhado de seu cerimonial de instituição divina; e muitos dos que se haviam convertido à fé de Cristo ainda sentiam que uma vez que Deus havia claramente esboçado a forma hebréia de adoração, era pouco provável que Ele tivesse autorizado uma mudança em quaisquer de suas especificações. Insistiam em que as leis e cerimônias judaicas deviam ser incorporadas aos ritos da religião cristã. Eram tardos em discernir que todas as ofertas sacrificais não tinham senão prefigurado a morte do Filho de Deus, em que o tipo encontrou o antítipo, depois do que os ritos e cerimônia da dispensação mosaica não mais deviam perdurar.” AA, 188-189. 

Esse partido conservador não entendia nada da Grande Comissão que Cristo deu a Seus seguidores pouco antes de Sua ascensão. “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho...” queria dizer “convertam os gentios e façam-nos meus discípulos.” Jesus mandou batizar e não circuncidar. Ensinou que a adoração a Deus agora se faria em termos universais e não mais em Jerusalém, onde estava o templo. 

O apóstolo Paulo também foi vítima de “teólogos de algibeira” em seu ministério. 

O problema de divergências doutrinárias se repete até hoje, mesmo na IASD. O maligno busca introduzir novos ensinos que contrariam tudo quanto está revelado nas Escrituras. Interpretando textos com grande dose de fantasia teológica, alguns querem provar que a igreja está errada neste e naquele ponto. “As doutrinas verdadeiras são plenamente reveladas em cada página da Palavra de Deus e, não obstante, o inimigo tem poder para cegar a mente dos orgulhosos, de maneira que não entendam as mais claras e simples declarações.” CES, 78.

“As doutrinas têm de ser compreendidas com clareza. Os homens aceitos para pregarem a verdade precisam estar ancorados; então sua nau resistirá a tempestades e temporais, porque a âncora os segura firmemente. Aumentarão os enganos e devemos chamar a rebelião pelo seu próprio nome. Devemos estar revestidos de toda a armadura. Neste conflito, não enfrentamos unicamente homens, mas principados e potestades. Não lutamos contra a carne e o sangue. Leia-se cuidadosamente e de maneira impressiva em nossas igrejas Efésios 6:10-18.”

Adoração no Livro do Apocalipse - Comentários

Lição 13 – 17 a 23 de setembro de 2011
(Comentários do irmão César Pagani)

VERSO EM DESTAQUE: “Cantavam um novo cântico diante do trono e diante das quatro criaturas viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.” (Ap 14:3 – Trad. Brasileira)

As mensagens divinas de advertência são sempre enviadas em tempo e ocasião oportunos. Misericordioso e compassivo como é, Deus aprecia dar bastante tempo para que as pessoas recebam a luz e se convertam à verdade.

A ordem do primeiro anjo clama à população mundial (cerca de sete bilhões de pessoas hoje) que temam a Deus e lhe deem glória. Em outras palavras: “Reverenciem [tratem com todo o respeito devido; prestem culto”] a Deus e tributem-Lhe glória [do gr. Didomi, que tem como sentido também “dar-se a alguém, segui-lo como um líder ou mestre].

Há algum tempo tive conhecimento de que algumas celebridades não acreditam na existência de Deus. Isso não é novidade! Filósofos, cientistas, homens de saber, estadistas e mesmo milhões de pessoas não aceitam a existência do Criador e Soberano Deus. Os perversos é que dizem que não há Deus (Sl 10:4). Também os insensatos o fazem (Sl 53:1). Para justificar sua libertinagem, corrupção, depravação e pecados, é melhor que não haja no Céu um Deus Justo e Julgador. Mas no dia final de acerto de contas, que vão dizer os ateus, os apóstatas, os famosos do mundo dos espetáculos e dos esportes, da política e dos negócios?

O pior é que mesmo protegidos pelas paredes de um templo, muitos entendem que devem viver a vida a seu gosto, estando isentos de qualquer responsabilidade moral. Lei dos Dez Mandamentos? Para que serve?

A Associação de Ateus e Agnósticos lançou uma campanha internacional em Londres no ano de 2009, que se estendeu pelos EUA e Espanha e, entre outras ações, fixa cartazes em meios de transporte público com imagens como a de Charles Chaplin e Adolf Hitler, e frases como “Religião não define caráter”. Em outro cartaz, a frase é: “A fé não dá respostas. Ela só impede perguntas”. No Brasil, além de Salvador baiana (com cinco ônibus com cartazes) também foi exibida em Porto Alegre (em dez ônibus), por um mês.

Há um chocante declínio da religião cristã mesmo em igrejas protestantes e católicas. As formalidades ou a manipulação emocional e campanhas de arrecadação substituem a vera pregação do evangelho de Cristo.

Em meio ao caos das religiões e do mundo, Deus apela para que os homens venham a Ele, que está disposto a salvar todos os que se aproximarem.

O Apocalipse é um livro glorioso. “No Apocalipse são pintadas as coisas profundas de Deus. O próprio nome dado às suas inspiradas páginas, ‘revelação’, contradiz a afirmação de que é um livro selado. Uma revelação é alguma coisa que foi revelada. O próprio Senhor revelou a Seu servo os mistérios contidos neste livro, e propõe que seja aberto ao estudo de todos. Suas verdades são dirigidas aos que vivem nos últimos dias da história da Terra, como o foram aos que viviam nos dias de João. Algumas das cenas descritas nesta profecia estão no passado e algumas estão agora tendo lugar; algumas apresentam-nos o fim do grande conflito entre os poderes das trevas e o Príncipe do Céu e algumas revelam os triunfos e o regozijo dos remidos na Terra renovada.

“No Apocalipse todos os livros da Bíblia se encontram e se cumprem. Ali está o complemento do livro de Daniel. Um é uma profecia; o outro uma revelação. O livro que foi selado não é o Apocalipse, mas a porção da profecia de Daniel relativa aos últimos dias. O anjo ordenou: ‘E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo. ’ Dn 12:4.” AA, 584, 585.

DOMINGO - “Caí a Seus pés como morto”

A descrição de Cristo nessa visão (ver o verso 14) é semelhantíssima à do Ancião de Dias que Daniel viu em Dn 7:9.

João estava acostumado à visão do Cristo terreno. Estava familiarizado com as feições de Cristo, Seus olhos, cabelos, estatura e demais características.

O apóstolo ouviu uma voz, que não reconheceu de pronto, falando por trás dele. Era uma voz poderosa e retinente como o som de uma trombeta. Essa proferiu uma ordem: “Escreve...” Concluída a primeira frase, João voltou-se para ver quem falava com ele. O cenário em que estava a divina figura foi logo identificado com um santuário, tendo sete candeeiros de ouro. Jesus estava no Lugar Santo do santuário celestial.

Mas não era o mesmo Jesus que João conhecera na Terra. Ele contemplou a Divindade e ficou em estado de choque, tamanha a glória que incidiu sobre si. Ap 2:18 diz que os pés do Filho de Deus são semelhantes a bronze polido (ver tb 1:15). Ainda nessa visão foi relevado o domínio do Cristo glorificado sobre as igrejas que continuaram Seu trabalho na Terra. De Sua boca saía uma espada cortante de dois gumes, que é a Santa Palavra de Deus (ver Hb 4:12). Com ela Cristo Se dirige às igrejas. Ela é a norma de toda aferição, o manual de justiça, a reveladora de mistérios, a guia da vida eterna e a única fonte pela qual viverá o homem.

A grandeza do Verbo encarnado intimidou João, o vidente de Patmos, a tal ponto que ele sofreu uma síncope cerebral. Desmaiou e ficou inerte.

A reação física e emocional de João nos dá uma pálida ideia do poder da presença de Deus. A extrema santidade que dela emana é tão possante que mesmo um homem consagrado como João não pôde resistir.
Somente os limpos de coração verão a Deus e isso quer dizer uma santificação completa iniciada e concluída pela ação constante do Espírito do Senhor. Daí poderemos ver a Cristo em pessoa somente depois de atingirmos tal maturidade santa, que será selada com o derramamento da Chuva Serôdia.

Deus quer que nos humilhemos para exaltar-nos

“Muitos se esquivam de uma vida como a que viveu nosso Salvador. Sentem que requer muito sacrifício imitar o Modelo, produzir frutos em boas obras e então, pacientemente suportar a poda divina, para que possam produzir mais fruto. Mas quando o cristão se considera apenas um humilde instrumento nas mãos de Cristo e se esforça por cumprir fielmente todo dever, confiando no auxílio prometido por Deus, então tomará o jugo de Cristo e achará fácil fazê-lo; então assumirá responsabilidades por Cristo, e dirá serem agradáveis. Ele poderá olhar para cima com ânimo e confiança, e dizer: ‘Eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia. ’ II Tm 1:12.” Santif., 82.

Orar por humildade – “Em vossos negócios, nas amizades das horas de lazer, e na aliança matrimonial, que todas as relações sociais que tiverdes sejam empreendidas com fervorosa e humilde oração. Mostrareis assim que honrais a Deus e Deus vos honrará a vós. Orai quando estiverdes abatidos. Em ocasiões de desânimo, nada digais aos outros; não espalheis sombra no caminho do próximo; mas contai tudo a Jesus. Levantai as mãos em demanda de auxílio. Em vossa fraqueza apegai-vos à força infinita. Suplicai humildade, sabedoria, coragem, aumento de fé, para que possais ver luz na luz de Deus e rejubilar no Seu amor.” CBV, 513.

Você já experimentou “cair aos pés de Jesus” todas as manhãs. Você me responderá: “Sim, eu me curvo de joelhos e oro a Deus antes de sair de casa.” Cair aos pés de Jesus em humildade e adoração é prostrar-se com o rosto no chão, encurvado como um escravo diante do Imperador. Ore nessa posição. Tente. A prostração é várias vezes recomendada nas Escrituras quando estamos invocando o Senhor (Js 5:14; Ne 8:6; Sl 99:5, 9; 86:9; 138:2; Ap 4:10 e outros).

“Humilha diante de Deus o vosso pobre coração altivo e presunçoso; prostrai-vos bem baixo a Seus pés, completamente quebrantados pela vossa pecaminosidade. Dedicai-vos à obra de preparação. Não descanseis até que possais dizer sinceramente: Meu Redentor vive, e, porque Ele vive, eu também viverei.” Maranata, 11.

SEGUNDA - Santo, Santo, Santo...

Num de seus textos, EGW chama os templos locais de “casa de adoração”. Sim, um lugar especial em que podemos conviver com a santidade do Senhor.

A Escritura é um livro pleno de adoração. Já no Gênesis a personalidade de Deus se mostra na criação. Os que tiveram a felicidade de contemplar Deus criando não puderam conter-se em adorar e proclamar as habilidades criadoras de Jeová. O Êxodo entoa o louvor do Deus Libertador e implanta as regras de culto que Ele bem merece. Como bem afirma a lição, Apocalipse é um livro pleno de ensinos adoracionais.
Os motivos e razões para a adoração originam-se:

• Da absoluta santidade de Deus. Ele é separado personalmente de todas as Suas criaturas e infinitamente superior a elas.
• Do absoluto poder do Senhor. Ele é Todo-Poderoso e pode realizar qualquer coisa que desejar. “Grande é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir.” (Sl 147:5)
• De Sua eternidade. É-nos impossível compreender a eternidade, visto que somos seres finitos e tudo quanto nos rodeia teve um início e terá um fim. Tentar encontrar parâmetros com que comparar a eternidade divina é uma tarefa desvairada. Ele já existia antes de tudo, continuará existindo por todo o sempre e voltará para nos conceder vida longeva igual à Sua.
• De Sua incomensurável bondade. As ações de graças que devem compor o culto a Ele devem-se ao Seu constante amor, bondade e extremado carinho que tem por nós.
• A adoração de Deus compõe-se de honra ao Seu nome. Não simplesmente honra labial, mas a honra da obediência aos mandados divinos. Obras desinteressadas e feitas em amor trazem glória ao nome divino.
• Adoração a Deus exige humildade por parte do adorador. Deus resiste aos adoradores soberbos. Lembremo-nos de que o fariseu da parábola, por sua ostentação e orgulho, não foi justificado. Prostrar-se perante Ele é reconhecer Sua divindade e nossa dependência integral de Seu poder.
• A prostração (curvar-se com o rosto no solo) é verdadeiro ato de adoração. Veja que no verso 8, os quatro seres viventes (provavelmente exaltados querubins) e os 24 anciãos (possivelmente resgatados da Terra) prostram-se perante o Cordeiro Salvador e cantam em louvor ao sacrifício de Cristo.
• Terminado o conflito, quando todos os remidos estiverem na presença do Rei dos reis, ninguém ficará em pé por muito tempo. “Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes e, ante o trono se prostraram sobre os seus rostos e adoraram a Deus”, reconhecendo-Lhe a total perfeição de caráter e amor infinito.
• A cada menção da obra magnífica de criação e redenção, os seres celestiais levantam-se de seus tronos (Ap 11:16) e se prostram no piso sagrado do Céu.
• Em Ap 15:1-4 até mesmo a ira divina rende-Lhe louvor e adoração, porque Ele é justo em todos os Seus caminhos e lida com o pecado com justa severidade. Os registros celestiais “inocentarão” a Deus de qualquer suposta ação injusta no dia final de ajuste de contas.
• Ele não deixará passar impune nenhum pecado, por mínimo que seja. A menos que a transgressão esteja coberta pela justiça de Cristo, o pecador impenitente há de pagar por ela. Mas a salvação de Cristo é tão ampla, tão abrangente e profunda que ninguém precisa se perder. Onde abundou o pecado, superabundou a graça.
• Como autor de nossa salvação, Ele merece todo louvor. Um dia entenderemos mais plenamente o quanto custou ao Senhor a redenção do homem, e cair-lhe-emos aos pés adorando-O e agradecendo-O porque nos fez dignos de participarmos de Seu reino.
• Dar louvores a Deus faz bem à nossa alma. Está alguém alegre, cante louvores (Tg 5:13).

TERÇA - Apocalipse 13

Apocalipse 13 é o capítulo dedicado a descrever a besta que sobe do mar. Ela, fortalecida no futuro por sua imagem, os Estados Unidos da América e pelo mundo que lhe seguirá o exemplo, reclamará a adoração do mundo. Como sinal de imposição de sua autoridade, exigirá de todos que santifiquem o primeiro dia da semana como sábado sagrado, contrariamente ao compreensivo mandamento da Lei de Deus que ordena sacralizar o sétimo dia.

A disputa pela adoração girará em torno da aceitação do mandamento de Deus ou da tradição da igreja majoritária.

Fica claro também que Ap 13 contém para nós hoje fatos históricos consumados e profecias a serem cumpridas. Não poucos intérpretes erroneamente identificam essa besta como Antíoco Epífanes I, perseguidor dos judeus. Porém, a sustentação dessa tese é bastante frágil. Não vamos discuti-la neste ensejo para não perder o foco da identificação da besta que o Apocalipse retrata.

O contexto histórico do cap. 13 é dado pelas figuras dos 10 chifres e das sete cabeças, dos diademas que as encimam e dos nomes de blasfêmia.

Dez chifres: A menção desse número somente é feita nos livros de Daniel e Apocalipse. Ap 17:12 diz que os dez chifres são dez reis (basileus = líderes, chefes de povos, príncipes – ver também Dn 7:24), o que é respaldado pelas revelações de Daniel acerca do carneiro com dois chifres (Medo-Pérsia – Dn 8:20), do bode com um chifre (Alexandre Magno), dos quatro chifres que saíram posteriormente da cabeça do bode (Cassandro, Lisímaco, Ptolomeu e Selêuco). Os chifres eram coroados ou desfrutavam posições reais. As sete cabeças, segundo Ap 17:9, são o posicionamento geográfico ou residência da besta; são sete montes (Aventino, Palatino, Quirinal, Célio, Esquilino, Campidoglio e Viminal). Como Roma papal herdou o poder de Roma pagã, alguns entendem que os dez chifres sejam dez dos mais poderosos césares, começando com Júlio e terminando com Vespasiano.
As sete cabeças também são mencionadas no cap. 12 como pertencentes ao dragão vermelho que é Satanás (Ap 12:3), o qual deu seu trono à besta (Ap 13:2). Com isso inferimos que o maligno já dominava Roma pagã e passou o domínio ao romanismo.

A interpretação da cabeça golpeada de morte é bem fundamentada no fato histórico da prisão do Papa Pio VI. Também é documentada pela história a recuperação da dignidade papal através do Tratado de Latrão, de 7 de junho de 1929. Um tratado político reconhecendo a total soberania da Santa Sé no Estado da Cidade do Vaticano.

Os fatos futuros ainda reservados na Inspiração preveem o retorno da besta ao domínio religioso mundial e nova perseguição aos santos e fiéis, que, como Sadraque, Mesaque e Abedenego, recusam-se a adorar um poder humano. Todos os que habitam sobre a Terra adorarão a besta (Ap 13:8). Uma escassa minoria manterá, contudo, sua fidelidade a Deus. Os santos guardam os mandamentos de Deus; os ímpios guardam os mandamentos da besta.

QUARTA - Apocalipse 14

Apocalipse 14 encerra um ponto polêmico a que muitos adventistas, até hoje, não conseguiram chegar a uma conclusão: os 144.000. Há apenas três versos (todos apocalípticos) referentes a esse grupo especial (Ap 7:4; 14:1 e 3).

Vamos ao que está revelado, sem qualquer pressuposição. A visão de João refere-se a Cristo com Sua exaltada figura sobre o Monte Sião (celestial – ver Hb 12:22), onde está o trono de Deus. Fazem parte da cena também 144.000 remidos que tinham em suas testas escritos o nome de Deus e do Cordeiro.

Informações de seu perfil simbólico

1) Foram selados com o selo de Deus porque são Seus servos. Antes do caos final em que Satanás mergulhará a Terra, após os quatro anjos haverem liberado os quatro ventos de guerras, batalhas e confusão.
2) Os escolhidos pertenciam às 12 tribos de Israel (cap. 7, versos 5-8).
3) Foram comprados da Terra (cap. 14:3)
4) São castos. Não se macularam com mulheres.
5) São seguidores fiéis do Cordeiro.
6) Primícias para Deus e para o Cordeiro.
7) São irrepreensíveis diante de Deus.
8) Entoam um cântico novo e exclusivo diante do Senhor. Outras vozes celestiais não os acompanharão, porque esse é um hino de experiência que só os 144.000 viveram. “Cantavam um ‘cântico novo diante do trono - cântico que ninguém podia aprender senão os cento e quarenta e quatro mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro - hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência - e nunca ninguém teve experiência semelhante. ‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá.’ Ap 14:1-5. ‘Estes, tendo sido trasladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro.’ Ap 15:3. ‘Estes são os que vieram de grande tribulação’ (Ap 7:14).” EF, 268.

O que estavam fazendo diante de Deus e do Cordeiro? Louvando, adorando. Parece-nos ser esse o primeiro culto de adoração pessoal no Céu dedicado a Deus e em Sua majestosa presença.

Uma advertência oportuna


“Não é Sua vontade que eles se metam em discussões acerca de questões que os não ajudam espiritualmente, tais como: Que pessoas vão constituir os cento e quarenta e quatro mil? Isto, aqueles que forem os eleitos de Deus hão de sem dúvida, saber em breve.” ME1, 174.

Passaram pela Grande Tribulação

“No mar cristalino diante do trono, naquele mar como que de vidro misturado com fogo - tão resplendente é ele pela glória de Deus - está reunida a multidão dos que ‘saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome’. Ap 15:2. Com o Cordeiro, sobre o monte Sião, ‘tendo harpas de Deus’, estão os cento e quarenta e quatro mil que foram remidos dentre os homens; e ouve-se, como o som de muitas águas, e de grande trovão, ‘uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas’. E cantavam um ‘cântico novo’ diante do trono - cântico que ninguém podia aprender senão os cento e quarenta e quatro mil. É o hino de Moisés e do Cordeiro - hino de livramento. Ninguém, a não ser os cento e quarenta e quatro mil, pode aprender aquele canto, pois é o de sua experiência - e nunca ninguém teve experiência semelhante. ‘Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá’. ‘Estes, tendo sido trasladados da Terra, dentre os vivos, são tidos como as primícias para Deus e para o Cordeiro’. Ap 14:1-5; 15:3. ‘Estes são os que vieram de grande tribulação’ (Ap 7: 14); passaram pelo tempo de angústia tal como nunca houve desde que houve nação; suportaram a aflição do tempo da angústia de Jacó; permaneceram sem intercessor durante o derramamento final dos juízos de Deus. Mas foram livres, pois ‘lavaram os seus vestidos, e os branquearam no sangue do Cordeiro’. ‘Na sua boca não se achou engano, porque são irrepreensíveis’ diante de Deus. ‘Por isso estão diante do trono de Deus, e O servem de dia e de noite no Seu templo e Aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a Sua sombra’. Ap 7:15. Viram a Terra devastada pela fome e pestilência, o Sol com poder para abrasar os homens com grandes calores, e eles próprios suportaram o sofrimento, a fome e a sede. Mas ‘nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem Sol nem calma alguma cairá sobre eles’.” GC, 646 e 647.
Hoje o culto a Deus nas igrejas ainda é livre, mas chegará o tempo em que as igrejas serão proscritas e fechadas e cada seguidor de Cristo considerado um inimigo do Estado. Deixarão eles de cultuar a Deus por causa dos interditos dos homens durante o pequeno tempo de angústia (antes do fechamento da porta da graça)? E também depois, quando for expedido o decreto de morte semelhante ao tramado por Hamã contra os judeus no império persa? Absolutamente! Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito. Fiéis adoradores na liberdade; fiéis adoradores na tribulação extrema!

 
QUIN TA - Adorar a Deus

Os versos de nosso estudo de hoje estão envolvidos por um contexto arrebatador. Um dos anjos que estava com uma taça das sete últimas pragas, veio até João e mostrou-lhe a glória da Nova Jerusalém. Em visão o ser celeste levou o apóstolo ao futuro justamente no momento em que a Cidade de Deus descia dos céus (Ap 21: 10).

Como bom escritor, João descreveu em detalhes toda a sua arquitetura e ornamentos, as gigantescas pedras preciosas que fazem parte de seus fundamentos. Mais os portais de pérola, ouro fino de que a cidade é feita, seu brilho deslumbrante, as condições climáticas que a envolvem, a paz e a santidade reinantes, o Rio da Vida, a Árvore da Vida, o trono de Deus e do Cordeiro.

O impacto dessa criação de Deus foi tão grande que, num impulso prodigioso, João se prostrou aos pés do mensageiro celestial para adorá-Lo. Foi, então, docemente, repreendido e orientado a só adorar o Deus dos Céus. O anjo apresentou-se como conservo, isto é, como alguém servidor do mesmo Deus de João e companheiro celestial.
As obras de Deus nos fascinam, às vezes até a ponto de paralisar-nos, de extasiar-nos. Mas elas não são Deus. São mostras de Seu caráter, bondade, poder, amor, misericórdia e sabedoria.

Um autor anônimo escreveu: “Fomos criados para a glória de Deus. Na verdade, este é o objetivo fundamental de todo o Universo: Demonstrar (refletir) a glória de Deus. Deus fez tudo para a glória dEle, desde a menor forma de vida microscópica até a Via Láctea. Tudo foi criado para a glória de Deus. Se não fosse a glória de Deus não haveria nada.

“Pois bem, uma vez que o propósito principal de Deus ter-nos criado foi a Sua glória, então, viver para glória de Deus (refleti-la) é a maior realização que podemos alcançar em nossa vida. Refletir a glória a Deus deve ser o objetivo supremo da nossa vida.”
Ao adorarmos a Deus em Sua glória estamos cumprindo o propósito para o qual fomos criados. Nunca é demais rememorarmos que a adoração a Deus é ampla e exige todo o ser. Ela é envolvente absorvendo 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano, até que a vida chegue ao fim. Adorar a Deus requer ao mesmo tempo amar o próximo, por mais aborrecível que ele nos possa parecer. Aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor.

O Senhor Se satisfaz muito mais quando Seus servos vivem de modo semelhante ao de Cristo, têm o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus; são Seus imitadores. A religião de Cristo é servir e construir o reino de Deus.

Boas obras também O glorificam: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5:16). É bom dizer que não são as boas obras consideradas pelo homem, mas por Deus, onde a abnegação, o sacrifício, o amor, a santidade estão presentes. Fariseus também faziam “boas obras”, mas para serem vistos pelos homens.

A
doração no templo

Deus criou um lugar especial de adoração – o templo. O templo é o lugar onde fala o coração e a boca se cala (Ha 2:20). Mas, confessemos que o templo é o lugar onde nós mais conversamos e nos distraímos. Onde observamos com olho criticista o comportamento de nossos irmãos e irmãs. Muitas vezes dá-se o caso de conversarmos até sobre esportes e moda no santo templo. Dentre as reformas de que estamos necessitados, a reforma na adoração é uma das mais urgentes.
A forte tentação da irreverência no tempo de adoração - “Estamos vivendo num tempo em que todos devemos atender ao preceito do Salvador: ‘Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. ’ Mt 26:41. Uma de vossas mais fortes tentações é a irreverência. Deus é altíssimo e santo; e, para a humilde alma crente, Sua casa na Terra, o lugar em que Seu povo se reúne para adorá-Lo, é a porta do Céu. O cântico de louvor, as palavras proferidas pelos ministros de Cristo, são instrumentos designados por Deus para preparar um povo para a igreja de cima, para aquele mais elevado culto de adoração em que nada do que é impuro ou não santificado poderá ter parte.” MJ, 265.

“O sentimento moral dos que adoram a Deus no Seu santuário tem de ser elevado, apurado e santificado. Eis o que tem sido deploravelmente negligenciado. É assunto que foi votado ao desprezo e o resultado disso é a desordem e irreverência que passaram a imperar e Deus é desonrado. Se os dirigentes de igrejas, os pastores, o povo, os pais, não têm ideias mais elevadas a esse respeito, que poderão esperar de crianças inexperientes? Estas são muitas vezes encontradas em grupos, afastadas dos pais que deviam tomar conta delas; e embora se encontrem na presença de Deus, cujos olhos sobre elas repousam, põem-se a cochichar e a rir, portando-se inconvenientemente, e mostrando-se desrespeitosas e desatentas.” TS2, 199.

O vestuário que adora - “Todos deveriam ser ensinados a trajar-se com asseio e decência, sem, porém, se esmerarem no adorno exterior que é impróprio para a casa de Deus. Cumpre evitar toda a ostentação em matéria de roupa, que somente serviria para estimular a irreverência... Deve-se cuidar estritamente de toda a questão do vestuário, seguindo à risca as prescrições bíblicas; a moda é uma deusa que impera no mundo, e não raro se insinua também na igreja. A igreja deve também a esse respeito fazer da Bíblia sua norma de vida, e os pais fariam bem em meditar seriamente nesse assunto.” TS2, 201 e 202.
Related Posts with Thumbnails